High School Musical: O Desafio
A versão brasileira do musical da Disney
High School Music chega aos cinemas e,
embora traga algumas adaptações à nossa
cultura como o futebol, samba e a artista
Wanessa Carmargo, o miolo e o saldo final
de “High School Musical: O Desafio” são
os mesmos dos outros longas.
Tudo começa com o inicio das aulas. Os alunos
descobrem que irá acontecer um concurso musical
entre os alunos da escola, o que motiva o espírito
competitivo entre os mesmos. No meio dessa disputa,
vão entrar intrigas colegiais, brincadeiras, performance
musicais, e muito romance. Traduzindo melhor: uma espécie
de “Malhação” muito mais caricata ainda. Vale destacar ou
não a presença da cantora brasileira Wanessa Camargo que
por mais simpática que tente ser, não consegue interagir
com naturalidade com a turma juvenil.
A direção do primeiro filme Disney inteiramente produzido
no Brasil, e distribuído pela Disney e Total Filmes, ficou
por conta de César Rodrigues “Uma Professora Maluquinha”
que aqui faz uma péssima estréia, em muito devido a própria
franquia que não permite muito o que ser feito e, nas poucas
oportunidades que lhes permitiam atitudes ousadas do diretor
como nas cenas finais, o mesmo não o fez. Embora não tenha
acrescentado a obra, o diretor também não foi de todo ruim,
uma vez que ele poderia ter a deixado mais insuportável do que
ela já é. Uma direção fraca e dependente.
Com o elenco selecionado através de um concurso televisivo, as
atuações também não são tão ruins. A interação entre o elenco e
a obra parece surtir efeito e os oito protagonistas entram no
divertido mundo colegial, o que não foi muito difícil para eles.
Outro fato que facilitou a identificação entre elenco e obra é que
cada personagem recebe o nome de seu intérprete, e isso não
só ajudou nas atuações como as deixaram mais verdadeiras.
Como já foi dito, a participação de Wanessa Camargo como
a ex-aluna da escola é importante no roteiro, porém irrelevante
quanto a sua atuação, ou melhor, interação com os alunos. Ela
é instrutora pedagógica, conselheira sentimental, e faz até duetos
com os alunos. Embora tenha tanta participação e esforço da atriz
que já fez uma participação no cinema no também descartável
Xuxa e os Duendes”, não consegue passar naturalidade e acaba
retirando ainda mais a realidade da história, que já é quase nula.
A composição da obra é a mais conhecida possível. Um concurso
musical para agitar os ânimos dos jovens estudantes, uma garota
bem vaidosa e uma bem simples para facilitar a identificação do
público com a mocinha, um jovem galã para animar as adolescentes
e fazer par romântico com a mocinha, e tudo isso envolto a uma
trilha sonora repleta de músicas teens para, definitivamente, o
filme cair na boca da galera.
O que estraga a obra é justamente o que ela é, um filme
cheio de clichês norte-americanos em que não se pode
fugir muito de sua linha. Crianças e jovens podem até
gostar da obra, mas isso não é unânime, já que o filme
é tão caricato que até estes podem apontar tal fato. As
crianças não são mais tão bobas como o filme acredita.
A loira patricinha que só usa rosa não é mais a pior da
história, se duvidar é a mais simpatizada. Faltou ousadia em tudo.
No fim das contas, o que se esperava acabou concretizando-se:
o filme é quase totalmente descartável. Salvo a trilha sonora e
algumas atuações, o resto pode ir junto com o saco de pipoca
para o lixo. Uma pena a Disney ter fracassado logo em sua estréia.
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